"São pedaços do vírus (presentes na vacina) que vão somente estimular o nosso corpo a reconhecer o vírus quando tiver contato. Então, não tem essa capacidade (de adoecimento)", diz Clarissa.
O que ocorre – e pode confundir muita gente – é que as pessoas podem ter um mal-estar, que não é configurado como gripe. Isso porque a vacinação estimula o sistema imunológico e, durante esse estímulo, o paciente pode ter alguma reação.
"Pode ter algum mal-estar, alguma dor de cabeça, mas não é uma gripe. Dor no local da picada, isso também pode acontecer. Então, assim, as pessoas podem estar sujeitas a isso, mas frente ao benefício da vacinação, a gente continua optando pela vacinação. É muito mais válido tomar vacina frente a um desconforto temporário do que o risco de pegar gripe mesmo", pontua Clarissa.
Se os sintomas forem mais fortes, um contato com vírus antes da vacinação pode explicar a reação. "Então, geralmente a pessoa teve contato próximo à vacinação. Depois da vacinação, a pessoa adoeceu por um vírus que realmente entrou em contato próximo e estava no período de incubação", diz Clarissa.
A vacina leva 15 dias para fazer efeito. Portanto, muitas vezes, os sintomas que ocorrem nos primeiros dias após a vacinação são resultados do vírus que estava em processo de incubação. Ou seja, sintomas decorrentes de uma gripe adquirida antes do processo de imunização.
O médico infectologista Robson Reis, professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), explica que a vacina da gripe é de vírus inativado, ou seja, pode ser administrada em pacientes com imunidade baixa. “As pessoas não vão adoecer por conta da vacina. É uma vacina extremamente segura e eficaz”, pontua.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), pessoas que têm alergia ao ovo de galinha apresentam a única contraindicação real. Pacientes com quadro febril agudo devem postergar a sua tomada.