A ofensa ocorreu em um comentário deixado em uma publicação no perfil de Raphael. "Deus é mais com esse cabelo parecendo um bandido, corta esse cabelo, Deus é mais, esse cabelo assim deve feder demais", acrescentou a pessoa, que não teve a identidade revelada.
Raphael disse que ainda recebeu xingamentos de outros seguidores pelo direct. "Também fui chamado de favelado. Mas eles vão ter me engolir. [Nós. negros] vamos sim estar em posições que antes eram negadas. Não me abalei, vou continuar na minha luta, Trabalhei muito para estar na posição de repórter, onde queria estar, e ninguém vai me tirar de lá", rebateu em uma nova publicação, no domingo (25).
A Rede Bahia ainda publicou uma nota lamentando o caso. "Mais uma vez, um de nossos repórteres foi alvo de um comentário racista [...] por conta do seu cabelo, símbolo de identidade, cultura e história. Repudiamos veementemente qualquer manifestação de preconceito", declarou.
Ainda em maio, o jornalista Felipe Oliveira, repórter da TV Bahia, também fez um desabafo nas redes sociais ao ser confundido com um prestador de serviço em um prédio da Pituba, em Salvador. O relato foi publicado no perfil oficial do comunicador no Instagram, no último dia 12.
Felipe estava trabalhando e precisou gravar uma entrevista no prédio do bairro. “Ao chegar na portaria, eu disse o meu primeiro nome e o número do apartamento. E a pergunta que eu recebi foi: ‘É serviço, é? Para muita gente, pode parecer uma pergunta normal, mas a gente sabe que não é. Isso é o racismo estrutural”, denunciou Felipe.
Segundo ele, a abordagem retrata um padrão enraizado na sociedade. “É como se pessoas pretas só pudessem estar naquele local como prestador de serviço. “Provavelmente, se fosse uma pessoa branca chegando ali no mesmo horário que eu cheguei, com a roupa social como eu estava, o porteiro não se sentiria à vontade para fazer essa pergunta”, disse Felipe.
Para finalizar, Felipe disse que está bem, mas que decidiu gravar o conteúdo para promover uma reflexão. “Para que você, síndico, converse com seus funcionários e prepare sua equipe. É uma coisa muito simples, mas isso é capaz de destruir o dia de uma pessoa negra. Não foi a primeira vez que isso aconteceu comigo, provavelmente não vai ser a última”, finalizou.